O ministro angolano dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, considerou que o preço do petróleo é “preocupante”, no imediato, mas espera que no segundo trimestre seja retomada a tendência de subida no valor desta matéria-prima.
O ministro, em declarações citadas pela imprensa internacional, e que surgem dias depois de o Presidente da República ter admitido que 2015 será um ano difícil para o país, diz que “nós sabemos que a nossa economia tem como base o petróleo. Deveremos aguardar que o primeiro trimestre traga sinais completamente diferentes e que mantenha uma tendência crescente no preço do petróleo”.
“Há projectos que serão adiados e vão ser reforçados o controlo das despesas do Estado e a disciplina e parcimónia na gestão orçamental e financeira, para que se mantenha a estabilidade”, disse o Presidente angolano, na mensagem de ano novo transmitida na segunda-feira, na qual confirmou que a “queda significativa do preço do petróleo bruto” vai levar à redução de algumas despesas públicas.
“Ao longo do segundo trimestre do próximo ano podemos ter resultados melhores relativamente ao preço do petróleo”, advogou o ministro que tutela este sector, reconhecendo que a descida continuada dos preços nos mercados de referência desde o verão está a ter um impacto na economia angolana e que a situação é “preocupante”.
Como resposta a esta quebra nas receitas, o Governo resolveu aumentar os preços dos combustíveis em 20% desde a última quarta-feira, esperando poupar mais de 870 milhões de euros, uma medida que se junta a outra semelhante, tomada em Setembro de 2014, e que subiu os preços em 25%.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, recebe quase 80% da receita fiscal deste sector, que representa mais de 90% das exportações do país.
Para 2015, o Governo espera uma produção acima dos 1,8 milhões de barris por dia em 2015, um objectivo que, conclui o ministro, está para já a ser cumprido.